Quando nascemos, o intestino está apto a digerir a proteína existente no leite materno, porém nem sempre consegue digerir uma proteína estranha (no caso a do leite de vaca). Quando o intestino é “exposto” precocemente (antes dos 6 meses de idade) a esta proteína estranha, podem ser desencadeados mecanismos imunológicos que serão responsáveis pela lesão do intestino. Felizmente, isto não ocorre com a maioria das crianças, e quando ocorre, costuma ser transitório (a maioria das crianças com alergia ao leite melhoram no primeiro ano de vida).
As manifestações nem sempre são exclusivas do trato digestivo (diarréia, vômitos, constipação intestinal), podendo ocorrer lesões de pele, asma, rinite, ganho de peso inadequado, anorexia, entre outras. Estas manifestações podem ocorrer imediatamente, horas, dias ou até semanas após a ingestão da proteína estranha.
Algumas crianças podem manifestar “reação cruzada”, ou seja, também não toleram outros tipos de alimentos como as fórmulas lácteas de soja, as vezes usadas na substituição do leite de vaca.
O tratamento constitui na retirada total do leite de vaca e derivados da dieta da criança. Nas crianças cuja dieta é exclusivamente láctea, podemos utilizar fórmulas com a proteína hidrolisada ou de amionoácidos. Nas crianças maiores, que recebem outros alimentos, é preciso estar mais atento pois nos alimentos industrializados, ele pode ter o nome de soro de leite, caseína, caseinatos, lactoalbumina, lactoglobulina, lactose. A leitura do rótulo dos alimentos é obrigatória e imprescindível!
Algumas crianças mais sensíveis apresentam ALV mesmo em aleitamento materno exclusivo. O tratamento é feito através da mãe, que se submeterá a dieta de exclusão do leite de vaca e derivados, não havendo necessidade de suspender o aleitamento materno. A atenção também deve ocorrer com rótulos de alimentos, bulas de medicamentos e cométicos.
Sinônimos de leite:
Leite em pó, leite desnatado, leite fluído, composto lácteo, caseína, caseinato, lactoalbumina, lactoglobulina, lactulose, lactose, proteínas do soro, soro de leite, whey protein. Aroma de queijo, sabor artificial de manteiga, sabor caramelo, sabor creme da Bavária, sabor creme de coco, sabor de açúcar queimado.
A melhor forma de evitar e tratar a ALV é o aleitamento materno, sempre que possível pode-se tentar a relactação (voltar a amamentar).
O acompanhamento da criança com suspeita de ALV deverá ser feito preferencialmente por um especialista (gastroenterologista pediátrico ou pediatra nutrólogo), para um diagnóstico correto e adequado tratamento nutricional.