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Quais os tipos de alergias mais comuns em bebês e crianças? Explique rapidamente cada um.
As alergias mais comuns nas crianças são as alergias alimentares, cutâneas e respiratórias.
Alergias alimentares muitas vezes iniciam já nos primeiros dias de vida, acometendo as vezes crianças ainda em amamentação exclusiva. A mais frequente é a alergia à proteína do leite de vaca. Soja, ovo, trigo, amendoim e frutos do mar também costumam causar reações em muitas crianças.
Crianças pequenas são frequentemente acometidas por dermatite atopica, uma doença alérgica crônica da pele, que pode ou não ter relação com alergia alimentar. Costumam ter a pele ressecada, pruriginosa e com lesões cutâneas recorrentes, que tem localização preferencial de acordo com a idade da criança.

A pele da criança também é muito sensível a produtos de higiene pessoal – sabões, perfumes, tecidos sintéticos -, podendo muitas vezes desenvolver dermatites alérgicas por contato direto com esses produtos.
Urticária – manchas avermelhadas na pele, de formas e tamanho variados, intensamente pruriginosas, também é bastante frequente nas crianças, em geral causada por infecções, alergias alimentares, medicamentosas ou picada de insetos.
As alergias respiratórias mais comuns são a rinite e a asma, muitas vezes confundidas com quadros infecciosos.

Alergias são mais comuns em bebês e crianças? Por quê? Qual a incidência?
Tem-se observado um aumento na incidência das doenças alérgicas em geral, em todas as faixas etárias. Cerca de 30 a 40% dos bebês e crianças pequenas são acometidos por alguma doença alérgica. As causas que determinam o desenvolvimento das alergias são multifatoriais, envolvendo a hereditariedade e múltiplos fatores ambientais.

Como identificar uma reação alérgica? Quais os sintomas mais comuns de uma alergia?
Alergias alimentares podem se manifestar de diversas formas – com sintomas digestivos como a presença de cólicas intensas ou persistentes, distensão abdominal, vômitos, diarréia, constipação, com sintomas cutâneos – dermatites ou urticária ou ainda na forma de anafilaxia. Já as alergias respiratórias muitas vezes são confundidas com quadros infecciosos como os resfriados, gripes, rinossinusites ou traqueobronquites pois os sintomas são muito semelhantes – coriza, espirros, obstrução nasal, tosse, chio no peito, dificuldade respiratória. Quando esses sintomas são recorrentes ou persistentes deve-se lembrar da possibilidade de ser um quadro alérgico. As alergias dermatológicas em geral se apresentam com coceira e manchas na pele.

Como diagnosticar o problema?
O ideal é sempre procurar orientação médica – o pediatra saberá identificar se o quadro pode ser alérgico ou não, e caso julgue necessário poderá orientar a busca por um especialista que pode ajudar a identificar os causadores da reação através da consulta e de exames específicos para cada caso.

Normalmente, qual é a principal causa? É genético?
A genética familiar é um fator importante. Se ambas as famílias tem um histórico de alergias, a possibilidade da criança ser alérgica também é muito elevada. Aleitamento materno por pouco tempo, admissão precoce na escola e fatores ambientais também atuam como agentes desencadeantes dos quadros alérgicos.

Quais são os produtos que mais causam alergia em bebês e crianças?
A pele da criança é muito sensível. Produtos contendo muitas fragrâncias, pigmentos, conservantes irritam a pele com frequência.
Alimentos industrializados com muitos corantes e conservantes tambem podem causar reações.

E os alimentos?
No grupo dos alimentos a maioria das reações é causada pelo leite de vaca, soja, ovo, trigo, amendoim e castanhas, peixes e frutos do mar.

Qual a diferença entre alergia e intolerância (nesses casos, só diz respeito a alimentar)?
A questão alergia x intolerância gera muita dúvida. O mais comum é a pergunta: tenho alergia a proteína do leite de vaca ou intolerância a lactose? Na intolerância a lactose existe dificuldade do organismo em digerir e absorver o açúcar do leite, o que gera sintomas exclusivamente digestivos. Esta muitas vezes relacionado com a quantidade que é consumida. Já na alergia os sintomas podem ser também digestivos mas não exclusivamente e uma mínima quantidade ingerida já pode provocar reações.

O trigo (devido à presença do glúten) também pode causar alergia ou intolerância e, nesses casos, uma avaliação médica é essencial.

Muito comuns também são os efeitos colaterais provocados por medicamentos serem confundidos com reações alérgicas.

Uma criança será sempre alérgica? Como prevenir?
As alergias são doenças crônicas, entretanto a forma como elas se manifestam e sua intensidade variam muito no transcorrer da vida.

Muitas das alergias alimentares se resolvem com o crescimento da criança, assim como muito também dos quadros alérgicos cutâneos e respiratórios podem melhorar principalmente com o crescimento da criança e a redução da frequência das infecções virais.

O aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida é fundamental para a prevenção do desenvolvimento das doenças alérgicas.

Quando é a hora de correr para o hospital?
O aparecimento súbito de sinais e sintomas como inchaço e manchas vermelhas na pele, tosse, chio no peito, dificuldade respiratória, dor abdominal, vômitos, perda de consciência deve chamar a atenção para a possibilidade de uma crise alérgica grave (anafilaxia) que coloca em risco a vida da criança – devendo procurar atendimento médico imediato.

Como tornar a casa segura para uma criança alérgica?
Isso depende da idade da criança e do tipo de alergia que ela apresenta. Sugiro manter à distância das crianças alérgicas alimentos que elas não podem ingerir – e orientar todos os responsáveis pela criança sobre os riscos que correm caso aja a ingestão acidental do alimento.

O mesmo para os medicamentos – mantê-los sempre fora do alcance das crianças.

Já as crianças com alergias respiratórias – onde na maioria dos casos a poeira doméstica, mofo e pelo de animais causa a maioria das reações – o ideal é ter pisos lisos , sem tapetes , evitar cortinas de tecido , cobertores, ter capas protetoras nos colchoes e travesseiros, evitar  bichos de pelúcia, limitar o acesso de animais dentro do domicilio.

Sugiro ainda ter sempre disponível medicamentos para o tratamento inicial das crises alérgicas caso ocorram conforme a orientação médica.

Existe vacina contra alergia? Como funciona? Qual a eficácia desse tratamento?
Sim, existem vacinas para alguns tipos de alergia – contra ácaros, polens, insetos.

O princípio básico dessas vacinas é induzir o organismo ao desenvolvimento de tolerância, e a resposta é ótima, desde que bem indicado e bem realizado. Nem todos os pacientes tem indicação para serem tratados com vacinas.

Os benefícios são a longo prazo, demoram cerca de 1 ano para se tornaram evidentes e a vacina deve usada pelo prazo de 3 a 5 anos.

Existem outros tipos de tratamento contra alergias? Explique.
Para algumas formas de alergia alimentar ou medicamentosa existe a possibilidade de fazer dessensibilização, porem esses casos não são muito frequentes no dia a dia da pratica clínica.

Fique à vontade para acrescentar quais informações que julgar interessantes para a matéria.
É bastante frequente observarmos nas crianças uma sequência de aparecimento de doenças alérgicas – a isso chamamos de marcha alérgica.

inicialmente o bebe começa a ter manifestações de alergia alimentar, depois dermatite atópica, e em geral com o passar dos meses isso tende a amenizar a os sintomas de alergia respiratória – asma, rinite, começam a se tornar mais frequentes.

Na verdade, manifestações clínicas diferentes, de uma condição sistêmica – ALERGIA – que pode ter múltiplas facetas em todas as fases da vida.

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