Dúvidas sobre imunologia

É a ciência que estuda o sistema imune, nosso sistema de defesa, bastante complexo, responsável pela proteção do nosso organismo contra agentes externos – parasitas, vírus, fungos, bactérias, mas também responsável pela vigilância imunológica, auxiliando no combate às células do organismo que sofrem alterações, como as células tumorais.

A comparação do sistema imune a um exército é bastante interessante, pois, à semelhança deste, nosso sistema imunológico apresenta diferentes níveis de especialização, cada um deles com funções especificas, mas sempre atuando em conjunto.

Essa é uma dúvida bastante freqüente. O sistema imune existe no organismo humano para nos defender de agressões de qualquer natureza, e desequilíbrios no mesmo podem se manifestar de diversas formas, como uma freqüência aumentada de doenças.

Existem muitas doenças do sistema imune que podem, sim, predispor a quadros infecciosos de repetição. Uma avaliação médica detalhada ajuda muito.

Crianças nos primeiros anos de vida costumam adoecer com freqüência, em especial aquelas que frequentam berçários ou escolas, e as crianças alérgicas. Na maioria das vezes esses quadros são benignos e transitórios, melhorando com o passar dos anos e o desenvolvimento das crianças. Porém, somente o médico pode avaliar adequadamente se existe motivo real ou não para maiores preocupações.

As sociedades médicas recomendam especial atenção aos sinais de alerta para a possibilidade de imunodeficiência primária na criança. Procure avaliação médica especializada se seu filho teve:

– pneumonias, otites, estomatites de repetição
– histórico de infecção grave – meningite, artrite, infecção generalizada
– gastroenterites de repetição ou diarreia crônica
– alergias de difícil tratamento, como asma grave
– doenças auto-imunes
– reações adversas graves a vacinas
– histórico familiar de imunodeficiência

Nos adultos, infecções recorrentes sempre chamam a atenção. Destacam-se as otites, sinusites, pneumonias, diarreia crônica, infecções virais repetidas – resfriados, herpes, verrugas, infecções fúngicas, histórico familiar de imunodeficiência.

As mais comuns são as doenças alérgicas – rinite, asma, dermatites, alergias alimentares e medicamentosas. Além das alergias, destacam-se também as imunodeficiências primárias ou adquiridas, e as doenças auto-imunes.

As doenças auto-imunes são um grupo de  doenças relacionadas entre si, que podem acometer  qualquer órgão ou sistema do nosso organismo. São doenças que podem ter sintomas muito distintos, tornando-as muitas vezes difíceis de serem reconhecidas  e  diagnosticadas.

O problema é o mesmo em todas as doenças auto-imunes: o sistema imunitário fica desorientado, atacando o próprio corpo e os órgãos que deveria proteger. Diagnóstico precoce e adequado permite tratamento individualizado e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

Os cientistas não compreendem ainda totalmente o sistema imunitário e o que leva o nosso organismo a produzir um ataque contra si próprio.

Normalmente, o sistema imunitário protege o nosso corpo das agressões externas produzindo anticorpos que destróem os invasores (vírus e bactérias, por exemplo ). As doenças auto-imunes ocorrem quando o corpo produz anticorpos que  atacam as próprias células. Sabemos que pessoas com predisposição hereditária (genética) para desenvolver doenças auto-imunes podem ter seu quadro desencadeado por infecções, alterações hormonais e estresse, como se essas situações representassem o sinal de start  para a doença começar a se manifestar.

Sim, diversas opções para o tratamento dessas doenças estão disponíveis atualmente. Todos os tratamentos devem ser discutidos individualmente com  médico assistente. Na maioria dos casos, uma abordagem multidisciplinar é necessária.

A decisão de vacinar ou não os pacientes que apresentem problemas na imunidade deve sempre ser orientada pelo médico assistente. Alguns pacientes podem e devem tomar vacinas, outros tem contra-indicação formal a elas.

O imunologista é o profissional apto a avaliar estes pacientes. Pela consulta médica, ele avaliará a necessidade de investigação através de exames laboratoriais, dando ao paciente a orientação adequada.

Como se tratam de doenças que podem ser se manifestar das mais variadas formas, é muitas vezes difícil e demorado chegar a conclusão diagnóstica. A grande arma para orientar a investigação é a história clínica (escutar as queixas dos doentes) e, perante os antecedentes do paciente e de seus  familiares, escolher cuidadosamente os exames a realizar. Deve ser o seu médico assistente o responsável por orientar a realização desses exames.